sábado, 2 de setembro de 2006

Pedras Que Rolam Não Criam Limo - Parte I

A frase do título dessa postagem proferida por Muddy Waters (foto from www.moblues.org ) em "Rolling Stone", sem que ele imaginasse, fez e ainda faz muito sentido. A lista de bluesmen que se mantiveram ou estão na ativa depois dos 60 anos é extensa. Muitos músicos que gravaram nas décadas de 20 e 30 e que acabaram “desaparecendo” após a grande depressão de 1929 ou com o estouro da 2º Guerra Mundial, foram (re)descobertos na década de 60 com a ajuda de pesquisadores e dos grandes ídolos do Rock que estavam surgindo naquele período. Grande parte desses homens do Blues estavam com seus 50 anos ou mais e alguns não tocavam com regularidade por muito tempo. Mesmo assim desfilavam com desenvoltura a técnica e estilo vocal das raizes do Blues, e com muito ânimo participavam de festivais e desfrutavam de certa fama. Fama essa até então desconhecida por esses músicos, mas tratada na maioria dos casos, com a maior simplicidade. Era comum nos bastidores desses festivais os músicos se reunirem para tocar velhas canções com a presença de fãs do Blues e da música Folk americana, beber e contar histórias todos. Talvez era a oportunidade de receber o calor de um público diferente para eles que sempre tocaram para os negros. E para os brancos, a proximidade de cultura e história de um povo, engavetada por mais de 30 anos. Era como uma libertação para os músicos e o público. Para o público principalmente pela carência de algo que trouxesse sentimento, simplicidade e não dependia da grande mídia para ter qualidade. Para muitos músicos, talvez a última chance de ter um pouco de honra e orgulho de seu talento e compartilhar com um mundo desconhecido.
Depois disso muitos sobreviveram e ainda sobrevivem por muitos anos. Prova de que pedras que rolam não criam limo...

Na próxima parte alguns dos nomes que fizeram história principalmente depois dos 50 anos de idade.

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